• Angola e ONU avaliam cooperação na área de desenvolvimento humano


    Angola e a Organização das Nações Unidas (ONU) perspectivam o reforço da cooperação em matéria de Desenvolvimento Humano.

    A intenção foi expressa durante um encontro que o ministro das Relações Exteriores, Téte António, manteve, quarta-feira, em Nova Iorque, Estados Unidos da América, com a secretária-geral adjunta das Nações Unidas, Amina Mohammed.

    No fim da visita de trabalho a Nova Iorque, o chefe da diplomacia angolana enalteceu o engajamento de Amina Mohammed no processo de reforço global para acelerar a Agenda 2030 da ONU, documento com 17 objectivos, cuja meta passa por colocar o mundo num caminho mais sustentável e resiliente até este ano.

    Téte António destacou, igualmente, o papel da diplomata nigeriana ao serviço da ONU na garantia da implementação do Pacto para o Futuro, acordo internacional mais abrangente assinado em Setembro do ano passado, na sede das Nações Unidas, que busca por muitos desafios urgentes da actualidade em todos os pilares.

    Os dois diplomatas abordaram, ainda, questões relacionadas com os eventos de alto nível das Nações Unidas, programadas para o ano em curso, nomeadamente a 4.ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, que terá lugar de 30 de Junho a 3 de Julho, em Sevilha, Espanha, bem como a 3.ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, prevista para os dias 9 e 13 de Junho, em Nice, França.

    O ministro Téte António realçou que Angola atribui grande relevância aos dois eventos, tendo sublinhado que o primeiro oferece uma oportunidade única para reestruturar o financiamento dos ODS, incluindo renovar a chamada reforma da arquitectura financeira internacional.

    Augurou, por isso, que a Conferência aborde questões críticas sobre a lacuna de financiamento internacional, tais como políticas fiscais mais fortes, combate a fluxos financeiros ilícitos, sustentabilidade da dívida e a reforma da governança do sistema financeiro global.

    Quanto à 3.ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, o chefe da diplomacia angolana considerou o evento de “extrema importância” para o país, uma vez que parte significativa da população, que vive no litoral, depende do oceano para sobreviver.

    Téte António deu a conhecer à sua interlocutora sobre a presidência angolana da União Africana, a partir do próximo mês de Fevereiro. Disse que o país vai aproveitar esta oportunidade para apresentar uma visão unificadora entre todas as nações do continente, com base no interesse de buscar soluções que contribuam, o máximo possível, para acabar com os conflitos que persistem em África.

    O ministro das Relações Exteriores referiu que Angola está determinada a trabalhar, em estreita colaboração com as Nações Unidas e outros parceiros, para promover a integração, estabilidade e desenvolvimento do continente, buscando soluções para os problemas que ainda bloqueiam o caminho em direcção ao progresso social, económico, científico, técnico e tecnológico.

    Destacado papel de João Lourenço

    Outro assunto que mereceu destaque neste encontro de trabalho entre Téte António e Amina Mohammed foi o processo de normalização das relações entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Rwanda. Sobre este particular, Amina Mohammed destacou o papel do Presidente João Lourenço na busca da paz e segurança para o Leste da RDC.

    Num outro momento, o ministro das Relações Exteriores conversou com a sub-secretária-geral da ONU para os Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, com quem abordou os desafios do Processo de Luanda e a presidência angolana da União Africana.

    Romary Di Carlo elogiou os esforços da mediação de Angola no processo para pacificação do Leste da RDC e manifestou disponibilidade para apoiar o país nessa nobre missão.