• Angola e Türkiye almejam 500 milhões de dólares nas Relações Comerciais


    Os Ministros da Energia e Recursos Naturais da Tükiye, Alparslan Bayraktar e dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, Diamantino Azevedo, reuniram no Ministério da Energia em Ankara, na quarta-feira, 2 de Junho, para a 3ª Reunião Ordinária da Comissão Conjunta Turquia-Angola sobre Cooperação Comercial, Económica e Técnica.

    Na qualidade de anfitrião, o Ministro de Energia e Recursos Naturais, Alparslan Bayraktar, iniciou a conferência de Imprensa, afirmando que o volume de comércio entre a Turquia e Angola foi de US$ 126 milhões em 2024, e que pretendem aumentar esse volume para US$ 500 milhões na primeira fase.

    Bayraktar expressou sua satisfação com o recente aumento nos contactos entre a Turquia e Angola e afirmou que realizaram uma reunião importante abordando áreas estratégicas como comércio, investimentos, agricultura, energia, educação e transporte.

    Bayraktar destacou que o volume de comércio entre a Turquia e a África, que foi de US$ 5,4 bilhões em 2003, e atingiu US$ 37 bilhões em 2024, acrescentando que as exportações aumentaram de US$ 2,1 bilhões para US$ 22 bilhões e as importações de US$ 3,3 bilhões para US$ 15 bilhões durante esse período.

    Bayraktar observou que os investimentos turcos em África atingiram um valor de mercado de US$ 10 bilhões e acrescentou que os contratantes turcos realizaram mais de 2.000 projetos em todo o continente, alcançando um volume de negócios de aproximadamente US$ 100 bilhões.

    Já na relação com Angola, Bayraktar disse que, o volume de comércio entre os dois países foi de US$ 126 milhões em 2024, e enfatizou que: "A meta estabelecida pela nossa Presidência é aumentar o volume de comércio para US$ 500 milhões na primeira fase. Acredito que há um grande potencial na cooperação entre os dois países, e esses US$ 500 milhões são uma meta importante que podemos atingir na primeira fase."

    O ministro turco considera a energia crucial, entre as ferramentas de fomento ao desenvolvimento e para isso prometru enviar uma equipa técnica a Angola para avaliar as oportunidades de negócios.

    "Nesse sentido, também estamos avaliando oportunidades de cooperação na área de petróleo e gás natural, entre nossa empresa nacional, a Turkish Petroleum, a Sonangol e a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis de Angola. Chegamos a um acordo com o Ministro; enviaremos uma delegação da Turkish Petroleum e de nossa mineradora a Angola sem demora neste mês."

    As partes concordaram igualmente com o incremento da cooperação no comércio de petróleo bruto e produtos petrolíferos entre a Turkish Petroleum International Company (TPIC) e a Sonangol.

    O ministro turco salientou que, a Türkiye pode ser uma parceira forte no apoio às metas de desenvolvimento de Angola e está pronta para essa função, explicando que a Türkiye realizou oito projetos no valor de US$ 1,2 bilhão até o momento, em contratação de serviços, que constituem uma parcela significativa das relações comerciais e económicas em Angola.

    Da parte angolana, o Ministro do Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, começou por reconhecer o potencial da Türkiye nos vários domínios fruto do seu processo Histórico e Cultural, resultantes do Império Otomano, que podem criar relações frutíferas . Diamantino manifestou o interesse de Angola em colher experiências.

    “Nós reconhecemos a grande potência que é a Türkiye, em termos culturais, civilizacionais, e económicos, e queremos beneficiar da experiência, e também duma relação de cooperação que seja benéfica para ambos os países e ambos os povos”.

    O ministro angolano apresentou as potencialidades do país, enfatizando as condições favoráveis para parcerias e investimentos profícuos, ressaltando que: “Nós temos também muito a oferecer à Turquia, porque para além de beneficiarmos do que eu já disse, o que a Turquia possui, creio que já estamos na terceira sessão e temos que passar mais a acção, do que nas palavras. Nós recebemos orientações concretas dos nossos presidentes para agirmos e melhorarmos a relação entre os nossos dois países e creio que chegou o momento de termos ações mais práticas, para cumprirmos esta orientação, sendo que temos, metas bem definidas e que nós estamos a cumprir, sendo uma delas o aumento da cooperação bilateral, e queremos estabelecer uma parceria económica sustentável e de longo prazo com a Türkiye"

    O Ministro Azevedo também afirmou que Angola está preparada para desenvolver uma cooperação estratégica em muitas áreas, especialmente energia, mineração e indústria.

    Quando ao aumento do volume de negócios, o ministro Diamantino assegura que é possível atingir-se o valor determinado e ultrapassa-lo, a curto prazo.

    “Para tal, devemos basear no que já atingimos, no que já existe entre os nossos dois países e rapidamente explorar outros, ramos. Creio que conseguiremos sim, rapidamente, alcançar esse objetivo”.

    Investidor Turco em Angola que é muito importante para Angola

    “Nós temos em Angola um investidor, que consideramos muito importante, que é a empresa Tosyali, cujo projeto pode bem servir de padrão, de exemplo e motivar muitas outras empresas turcas a investirem em Angola”.

    Ao convidar empresas turcas para Angola, Diamantino de Azevedo disse: "O conhecimento técnico, a experiência e o dinamismo do sector privado da Türkiye são uma grande oportunidade para Angola".

    E afirmou que o ambiente de negócio em Angola é propício para que as empresas façam investimentos de longo prazo e que estabeleceram metas ambiciosas no sector de petróleo e gás natural, anunciando que planejam aumentar a produção diária para 1,5 milhão de barris até 2030.

    Acrescentou que Angola tem capacidade para suprir 50% das necessidades do país com energia solar, está em curso a produção de biocombustíveis e que os estudos de viabilidade nessas áreas estão em andamento.

    O ministro angolano manifestou disponibilidade do país às oportunidades de investimento, afirmando: "Há oportunidades de investimento em muitas áreas, incluindo petróleo, gás natural, energia renovável, biocombustíveis e fosfatos. Há também grande potencial na produção de cimento, agricultura, pesca e construção. Queremos que as empresas turcas tenham um papel activo nessas áreas".