• Barragem de Baynes vai promover a dinamização da industrialização do país


    A barragem de Baynes, cuja conclusão está prevista para 2026, vai promover a dinamização da economia, industrialização, sustentabilidade ambiental e a universalização do acesso à electricidade no país, disse, segunda-feira, em Windhoek, o ministro da Energia e Águas.

    João Baptista Borges, que discursou o ano de assinatura do acordo entre Angola e a Namíbia, para a construção e operacionalização da infra-estrutura, acrescentou que os benefícios da sua concretização se alinham aos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e à Agenda Africana 2063.

    O projecto, avaliado em 1.512 milhões de dólares, é um marco na cooperação e no desenvolvimento energético da região. O acordo foi formalizado pelo ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges, e pelo ministro de Minas e Energia da Namíbia, Tom Alweendo.

    A barragem terá capacidade de gerar 860 megawatts na central principal e 21 megawatts adicionais na barragem de regulação, fortalecendo a integração econômica e energética entre os dois países.

    Durante a cerimónia, João Baptista Borges destacou a importância estratégica do projecto para a integração económica regional, especialmente no sector eléctrico. “Este é um momento ímpar e solene, que concretiza uma visão comum entre os dois Chefes de Estado e povos, comprometidos com o desenvolvimento sustentável”, afirmou.

    O governante ressaltou que o acordo é o resultado de uma colaboração iniciada em 1990, com a assinatura do Acordo do Lubango. Desde então, estudos de técnicas, económicas e ambientais foram prazos, culminando na escolha do local para a barragem, próximo à região de Epupa.

    O ministro também tratou dos desafios fiscais do projeto, incluindo a conclusão de protocolos complementares, como governança, uso compartilhado da água, questões ambientais e laborais. Também será necessária a criação do Gabinete Binacional do Baixo Cunene e a implementação de acções de reassentamento para as comunidades afectadas.

    A barragem de Baynes vai trazer oportunidades extraordinárias para Angola e Namíbia. Empresas públicas, como a PRODEL angolana e a NAMPOWER nambiana, estarão diretamente envolvidas na operação do projeto, que prometem estimular o empreendedorismo e gerar empregos diretos e indiretos.

    Além disso, o projeto contribuirá para a eletrificação de áreas rurais, o empoderamento das mulheres e a melhoria das condições de vida em comunidades fronteiriças.

    Plano de Desenvolvimento Nacional

    A construção da barragem está compatível com o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2027 de Angola, que prioriza a expansão da capacidade energética e a integração regional. Angola planeia atingir 9 GW de capacidade instalada até 2027, impulsionada também pela conclusão do Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça, actualmente em construção.

    Para o ministro namibiano Tom Alweendo, o acordo representa um marco histórico. O responsável namibiano lembrou que os estudos para o projeto começaram na década de 1990, culminando na escolha de Baynes como a opção mais viável, devido ao menor impacto ambiental e social.

    “A assinatura deste acordo reflete os compromissos bilaterais de longo prazo e a determinação de ver este projeto concluído com sucesso”, afirmou Alweendo.

    O evento contou com a presença de diversas autoridades, incluindo a embaixadora de Angola na Namíbia, Jovelina Imperial, o vice-primeiro-ministro namibiano, John Mutorwa, e o ministro das Finanças da Namíbia, Ipumbu Shimi.

    Com a barragem de Baynes, Angola e Namíbia consolidam a cooperação energética, abrindo caminho para maior integração regional e desenvolvimento sustentável na África Austral.