A presidente do Conselho de Administração da Bolsa de Valores e Derivados de Angola (BODIVA), Valentina Filipe, disse, ontem em Luanda, que o debate sobre o tema “O Caminho para Bolsa” reflecte os desafios e a visão que se tem desse mercado e da economia do país no geral.
Valentina Filipe considerou na intervenção de encerramento que o debate realizado sobre “O Caminho para a Bolsa: Financiamento Via Mercado, abertura de capitais ou emissão de obrigações” serviu, também, para uma análise abrangente dos desafios e oportunidades que se apresentam no actual estágio da economia nacional e do caminho que as empresas devem trilhar até a admissão na Bolsa de Valores. Também, destacar a importância da transparência, da governança corporativa, da inovação e da sustentabilidade como pilares essenciais para a construção de um mercado de capitais robusto.
Na abertura, a presidente interina da Comissão Executiva da BODIVA, Cristina Lourenço, destacou a importância do crescimento contínuo do mercado de capitais. Disse que os números apresentados (ontem) são reflexo do esforço conjunto do sector, para consolidar um mercado sólido e dinâmico.
De acordo com a responsável, se, por um lado, o acesso ao mercado de capitais é um dos mais poderosos catalisadores do crescimento empresarial, da inovação e da criação de emprego, por outro lado, a atracção de investimento para a economia nacional depende, em larga medida, da existência de um mercado de capitais sólido, transparente e dinâmico, capaz de inspirar confiança e proporcionar oportunidades reais de financiamento e valorização dos activos.
“Temos ciência de que o mercado bolsista é um importante barómetro da economia de uma nação, e nas nossas distintas instituições e funções, cabe-nos a responsabilidade de contribuir ainda mais para o desenvolvimento da nossa economia ao viabilizarmos o financiamento de empresas quer seja pela abertura de capital quer seja pela emissão de dívida”, disse.
A PCE valorizou o contributo individual que cada um dos intervenientes do mercado desempenhou para que se alcançasse o actual estágio do mercado.
“Aproveito a oportunidade para desafiarmo-nos a contribuirmos ainda mais pelo nosso mercado de capitais”, afirmou.
No que concerne às perspectivas para este ano, Cristina Lourenço disse que o mercado, neste momento, dispõe de três segmentos principais no mercado secundário, nomeadamente Dívida Pública; Acções e Unidades de Participação.
Portanto, detalhou, o objectivo para 2025 é trazer mais instrumentos financeiros para os mercados, não só de dívida pública, mas, também, de dívida privada, emissões de obrigações, papel comercial assim como novas e mais emissões de acções.
Desempenho
O sexto Fórum BODIVA, com o tema “O Caminho para a Bolsa” destacou os dados do crescimento sustentado do mercado de capitais angolano.
Em 2024, foram realizados 10.328 negócios nos mercados regulamentados da BODIVA, movimentando um montante total de 6,055 biliões de kwanzas. A taxa média anual de crescimento registada, nos últimos oito anos, atingiu 69,94 por centos, o que demonstra o dinamismo do sector e a confiança crescente dos investidores nas soluções oferecidas.
A distribuição trimestral do volume negociado revelou que o terceiro trimestre foi o mais activo, com cerca de 2,13 biliões transaccionados. O volume de negócios cresceu 105,16 por cento face ao ano anterior, com uma média trimestral de 2.582 negócios.
Observou-se, ainda, que 88,12 por cento das transacções ocorreram em ambiente bilateral e 11,88 por cento em ambiente multilateral.
No que concerne à maturidade dos títulos negociados, há uma concentração em títulos com maturidade residual de até cinco anos, com destaque para os títulos de 2029, que representaram 29 por cento do volume de negócios realizados.