• Bornito de Sousa e Durão Barroso apontam caminhos para uma liderança assertiva


    O ex-Primeiro-Ministro de Portugal, Durão Barroso, defendeu, segunda-feira, em Luanda, a aposta contínua nas instituições como forma de se obterem resultados mais satisfatórios nas organizações.
    Ao intervir, como prelector, no 2ª Congresso Internacional de Liderança Assertiva, realizado na capital angolana, o académico português referiu que nada se faz sem as pessoas e nada dura sem as instituições.
    "Eu acho isto um ensinamento profundo também para as nossas empresas, porque nós temos de investir nas instituições", destacou Durão Barroso, para quem é fundamental saber que as pessoas estão nas instituições temporariamente. "Seja um Presidente, seja um Primeiro-Ministro, seja um CEO, seja um Presidente do Conselho de Administração. Somos algo que está ali de passagem. E se não entendermos que o que está acima de nós é a própria instituição, então não estamos a cumprir a nossa missão", alertou.
    Num discurso sustentado pela sua experiência de liderança em várias organizações, Durão Barroso salientou que um líder, seja na vertente política, económica, de negócios, humanitária, académica, militar, de igrejas e organizações não governamentais, tem que dar o exemplo e ser íntegro. O ex-presidente da Comissão da União Europeia ressaltou que, nas organizações, o mais importante é o "tom que vem de cima".
    Se o exemplo que vem de cima, prosseguiu, for de alguém que não trabalha ou que recorre à corrupção, o problema fica muito pior, gera um ambiente tóxico e corrompe a própria organização.
    No entanto, disse que, em alguns casos, o problema não reside na liderança ao mais alto nível e sim nas intermédias. "É muito fácil a pessoa que está na liderança intermédia gostar de humilhar os que estão mais abaixo. É uma coisa que me irrita. É uma arrogância, que é uma forma de estupidez", desabafou.
    Durão Barroso lamentou o facto de aquelas pessoas com "pequeno poder" nas organizações serem as que mais apetência têm em usar esta posição para infernizar a vida daqueles que lhes são inferiores. Exortou os líderes a terem muito entusiasmo no que fazem, a apostarem mais na comunicação e na formação de equipas certas. "Devemos rodear-nos dos melhores, não no sentido de privilégio, mas no sentido da capacidade de serviço à organização em que militam", destacou, reforçando que a qualidade da equipa é essencial para a obtenção de bons resultados.
    Durão Barroso aponta progressos em Angola
    Em declarações à imprensa, no final do Congresso, Durão Barroso destacou os progressos que o país tem registado no sector económico e social, mas referiu que pode e deve fazer mais. "Eu acho que Angola está a desenvolver. Não há dúvida que está, se olharmos para onde se encontrava. Nota-se, também, uma grande vontade de acelerar o desenvolvimento económico", frisou.
    Bornito fala do poder da liderança nas organizações:
    O antigo Vice-Presidente da República apontou a liderança como uma das chaves para o sucesso das organizações.
    O segundo a dissertar no Congresso Internacional de Liderança Assertiva, Bornito de Sousa, cuja prelecção incidiu sobre o tema "Resiliência e Assertividade", disse haver muita coisa que não se resolve por falta de liderança. Bornito de Sousa referiu ser necessário, para a obtenção de resultados satisfatórios nas organizações, a definição de uma estratégia adequada e a definição de objectivos prioritários a médio e longo prazo. A par disso, adiantou ser, também, importante a criação da equipa certa para liderar a organização. "Constituir equipas de colaboradores e não de subordinados", defendeu. Para o antigo Vice-Presidente da República, a liderança, com sucesso, deve passar pela atenção que se presta às preocupações e necessidades dos colaboradores, sobretudo aquelas relacionadas com a família, formação contínua e com oportunidades de promoção ou mudança de área de desempenho.

    Saiba mais: https://www.jornaldeangola.ao/.../bornito-de-sousa-e.../