A entrada em funcionamento da Central Fotovoltaíca de Lucapa, inaugurada sábado, permitirá poupar cerca de 986 mil milhões de kwanzas por ano, equivalente ao consumo de cinco milhões de litros de combustível de fontes térmicas.
A informação foi avançada pelo ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, durante a cerimónia de inauguração do empreendimento com capacidade instalada para produzir 7,072 megawats, cujo objectivo é ajudar a reduzir o custo de produção de energia de combustíveis fósseis .
Para o ministro João Baptista Borges, a inauguração do primeiro parque fotovoltaico da província, num total de 15 em construção, constitui a concretização de uma acção do Executivo angolano no âmbito da implementação do Plano Nacional de Desenvolvimento (PDN) 2023-2027.
Constam no PDN a introdução de soluções de energia barata e amiga do ambiente, que utilizem recursos naturais de fácil acesso, tal como o sol.
“O Plano 2023-2027 foi introduzido para impulsionar a produção de energias mais baratas, que utilizam recursos energéticos e o sol é um destes. Com a instalação deste parque, eleva-se para cinco o número de centrais construídas, faltando apenas o Bailundo e Cuito”, disse.
A construção destes parque solares, acrescentou, tem como objectivo ajudar a reduzir os custos de produção, pois vai permitir ao Estado poupar perto de cinco milhões de litros de combustível ao ano, o que representa uma poupança de cerca de 986 mil milhões de kwanzas em combustível, um valor bastante significativo que pode ser encaminhado para outros sectores.
Do ponto de vista social, o outro grande objectivo passa por reduzir o custo de energia para a população, pois, no passado, os moradores consumiam energia de geradores privados e, por outro lado, reduzir a emissão de gases de efeito estufa, que provocam graves consequências ambientais, sobretudo para a região Sul do país, onde existe escassez de chuvas.
No Lucapa, por exemplo, pagava-se até 50 mil kwanzas por mês, pois não havia sistema público nem representação da ENDE.
Além do parque fotovoltaico, foi construída uma rede de distribuição de média tensão e está garantido o abastecimento de energia de forma ininterrupta e com um preço oficial, a cobrar a partir de contadores. “Daqui para a frente, ninguém vai pagar mais 50 mil kwanzas para ter energia eléctrica, um grande ganho do ponto de vista social pelo facto de proporcionar energia a um número maior de cidadãos”, assegurou .
Visão da governadora
Durante a mensagem de boas-vindas, a governadora da Lunda-Norte, Filomena Miza, considerou a infra-estrutura de “capital importância”, pois o município do Lucapa acaba de ganhar o primeiro parque de energia fotovoltaica, que vai beneficiar centenas de munícipes.
A governadora enfatizou que o ganho veio numa altura em que o país celebra 50 anos da Independência Nacional, que decorre sob o lema “Angola 50 anos a preservar e valorizar as conquistas alcançadas, construindo um futuro melhor”.
Filomena Miza lembrou que, quando lhe foi confiada a honrosa missão de governar a província da Lunda-Norte, realizou, imediatamente, um diagnóstico da situação socioeconómica da província, onde os munícipes de Lucapa colocaram entre as preocupações a verem resolvidas a situação da energia eléctrica.
Na altura, em gesto de resposta aos munícipes, a governadora deixou uma mensagem de esperança de que teria dias contados e com a inauguração deste parque fotovoltaico de energia solar, a promessa tornou-se uma realidade.
“A inauguração representa, igualmente, a aposta do Executivo na resolução dos problemas da energia eléctrica que afligem a população, o que passa por alargar a rede de distribuição, de modo a melhorar a qualidade de vida da população e impulsionar o desenvolvimento económico”, avançou.
A governante solicitou às forças de segurança, autoridades tradicionais e a população a preservar as infra-estruturas ao serviço da população. Além das 1700 linhas feitas até agora, a ENDE vai trabalhar para que os populares possam beneficiar deste importante recurso.
Este investimento resulta de um financiamento cem por cento público.
Além do Lucapa, terão centrais fotovoltaicas os municípios de Cafunfo, Cuango, Xá-Muteba, Loremo, Capenda Camulemba, Lubalo, Cuilo, Camissombo, Lóvua, Camaxilo e Capão, totalizando 15 localidades, o que representa mais de 111 megawatts de energia solar.