• Executivo quer angolanos preparados para os desafios de um mundo digital


    A ministra de Estado para a Àrea Social, Maria do Rosário Bragança, defendeu, quinta-feira, em Luanda, a necessidade de garantir uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade para todos os angolanos.

    Maria do Rosário Bragança, que discursava na abertura do Fórum Nacional de Educação e Ensino Superior, evento que assinala os 50 anos da Independência Nacional, destacou o progresso do ensino superior, que conta actualmente com cerca de 345 mil estudantes matriculados em 105 instituições.

    Nos últimos cinco anos, foram graduados 92.013 estudantes em diversas áreas para responder às exigências do mercado de trabalho. Em 2024, foi implementada a avaliação externa dos cursos de Medicina, Ciências da Saúde e Ciências da Educação, com base em padrões e indicadores confiáveis, um processo que será alargado a outras formações académicas.

    Segundo a ministra de Estado , o fórum reflecte a importância atribuída pelo Executivo à educação, em alinhamento com as prioridades do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN)2023-2027 . Entre as metas do PDN estão a expansão da educação pré-escolar, o aumento da rede de escolas do Ensino Primário e Secundário, a ampliação da educação digital e a promoção da literacia digital.

    A ministra Maria do Rosário Bragança destacou ainda que o corpo docente das instituições de ensino superior é composto por 11,5 por cento de doutores e 37 por cento de mestres, factor essencial para assegurar a qualidade da formação académica e profissional.

    O Fórum visa recolher opiniões de especialistas, parceiros sociais e dirigentes do Sistema de Educação e Ensino, de forma a reavaliar as políticas educativas e delinear novas estratégias para melhorar a educação em Angola.

    Entre os temas abordados, estão a formação de professores, a qualidade da educação, a equidade de género, o papel do ensino superior na economia e a inovação tecnologica. A expectativa é que o evento gere um quadro de acções concretas para elevar os níveis de ensino compatíveis com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável(ODS).

    A ministra de Estado frisou a necessidade de qualificação dos professores, apontando para a transição da formação de docentes do nível médio para o superior. Destacou ainda reformas curriculares, revisão de metodologias de ensino e novos desafios para a gestão educacional, bem como a expansão da formação profissional para jovens e adultos, fomentando o empreendedorismo e a autonomia no mercado de trabalho.

    Maria do Rosário Bragança lembrou que, durante o período colonial, a educação era elitista e excludente, resultando em altos índices de analfabetismo. Com a Independência, a educação tornou-se um direito universal, promovendo a formação de professores e a reorganização do sistema de ensino.

    Desde então, foram registrados avanços significativos na democratização do acesso ao ensino, na qualificação de docentes e na infra-estrutura educacional. O lema "Quem sabe ensina e quem não sabe aprende" reflecte o esforço colectivo para ampliar o acesso à educação e formar quadros capacitados para o desenvolvimento do país.

    Perspectivas futuras

    A ministra de Estado reiterou o compromisso do Executivo com o fortalecimento do sistema educativo, em sintonia com a Agenda 2030 da ONU e a Agenda 2063 da União Africana, priorizando a formação de professores, a inclusão feminina no ensino técnico-profissional e o investimento na investigação científica e inovação tecnológica.

    "A revolução na educação deve ser conduzida pela ciência, tecnologia e inovação, garantindo a preparação dos angolanos para os desafios de um mundo digital e globalizado", concluiu a governante.

    UNESCO assume compromisso com Angola

    A directora-geral adjunta da UNESCO, Stefania Giannini, afirmou o compromisso das Nações Unidas em melhorar o sistema de ensino em Angola. Stefania Giannini falava através de uma videoconferência, exibida durante o Fórum Nacional de Educação e Ensino Superior, que decorre em Luanda.

    A directora-geral destacou que a UNESCO é um parceiro comprometido com Angola e vai continuar a trabalhar em conjunto para alcançar o Objectivo de Desenvolvimento Sustentável, assim como concretizar as ambições da Estratégia de Angola 2025. A directora considera que Angola se encontra num momento-chave para construir o sistema educativo e que, com certeza, este fórum contribuirá para avançar com reformas essenciais.

    A educação, disse, está no centro das atenções de Angola 2050, que reconhece o poder do conhecimento e das competências para transformar vidas.

    A directora-geral adjunta realçou que a UNESCO está orgulhosa em apoiar os esforços de Angola numa etapa crucial da reforma curricular. O reforço da educação científica e tecnológica ajudará os jovens – e, em particular, as raparigas – a adquirirem todas as competências necessárias para terem sucesso num mundo em rápido desenvolvimento.

    A expansão do ensino francês, disse, a partir das escolas primárias, abrirá novas oportunidades e fortalecerá conexões para além das fronteiras. A responsável da UNESCO considera que os dados estatísticos desempenham, igualmente, um papel essencial na concepção de políticas educativas sólidas. Por essa razão, a UNESCO trabalha com o Governo de Angola para reforçar o seu sistema de informação para a gestão da educação.

    A UNESCO anunciou que prevê, este ano, através de uma missão de apoio do Escritório Internacional de Educação, auxiliar Angola na melhoria do sistema de avaliação, na inspecção pedagógica e, sobretudo, na integração da História Geral de África nos programas curriculares

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    “A educação deve passar a ter identidade local, preparando os alunos para o futuro. Os países constroem-se com um conhecimento baseado em competências, onde cada um tem a possibilidade e o dever de encontrar a sua oportunidade de florescer”, afirmou.

    Ministra da Educação realça a formação de qualidade

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