Nove empresas de exploração florestal foram licenciadas, em Maio do ano passado, por altura do início do ano florestal.
O dado foi avançado, ontem, em Cabinda, pelo técnico do Instituto de Desenvolvimento Florestal Noel Luzolo, quando abordava sobre as apreensões ocorridas de 131 metros cúbicos de madeira por exploração ilegal.
Na ocasião, Noel Luzolo fez saber que as empresas licenciadas exploram um perímetro de 19.950 metros cúbicos de madeira e estão orientadas ao cumprimento obrigatório, incluindo a reflorestar toda zona explorada.
Sobre as apreensões, disse que se trata de 131 metros cúbicos de madeira entre cerrada e em touro, e 11.460 quilogramas de carvão vegetal, explorados, ilegalmente, foram apreendidos, no período entre Maio e Dezembro de 2024, pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF), na província de Cabinda.
O porta-voz do IDF, Noel Luzolo, informou que os infractores já chegaram até à reserva florestal cuja exploração é proibida pelo estado angolano.
A maioria dos indivíduos flagrados, parte deles incapacitados de pagar multas, estão as contas com a justiça e perderam todo produto encontrado em sua posse.
Os danos ambientais provocados pela exploração ilegal dos recursos naturais sobretudo a madeira, disse, até agora são incalculáveis por se tratar duma matéria em que as consequências dos actos se reflectirem a longo prazo.
Porém, explicou Noel Luzolo, os danos ambientais e materiais são visíveis porque o estado angolano perde muito com a exploração não só no que se refere aos impostos, como também o facto de não ser possível controlar e calcular a quantidade de material e os locais visados.
“Este tipo de acto leva o estado ao fracasso, visto que eles fazem um serviço irracional, sem saberem onde explorar, quando e o que deve ser explorado” disse.
Noé Luzolo apontou a falta de meios técnicos, viaturas, assim como recursos humanos como causa principal que não facilita a fiscalização na plenitude da floresta do Maiombe.
“Para mitigar o problema era necessário a presença do fiscal no interior da floresta, mas, infelizmente o número de fiscais é extremamente escasso” , disse.
Sem avançar dados exactos, o porta-voz do IDF avançou que os prejuízos ao Estado resultantes da exploração ilícita da madeira na floresta do Mayombe estão estimados em mais de dois milhões de kwanzas.
Segundo explicou ainda, grande parte do material apreendido é revertido a favor do estado ou vendido na praça pública em leilão.
De acordo com Noé Lusolo, a exploração da madeira na floresta do Maiombe é incompatível com a capacidade de natural de regeneração, devido às más práticas, como o abate indiscriminado, exploração selectiva, as queimadas, a agricultura itinerante, a desmatação, o incumprimento das leis aliadas ao pouco conhecimento sobre os aspectos florestais.