A Fazenda Lovoura Esperança, na Lunda-Norte, prevê colher mais de mil toneladas de produtos diversos, desde arroz, feijão, milho, massango, trigo e soja.
Trata-se do trabalho de oito famílias mexicanas da comunidade menonita estacionadas na comuna de Cambuange, município do Lôvua, província da Lunda-Norte.
Para Benjamin Harder, um dos membros da comunidade, a meta é contribuir para o aumento da produção nacional, reduzir as importações e tornar Angola autosuficiente em cereais.
As estatísticas apontam que as importações de cereais têm vindo a recuar de 545 mil toneladas em 2022, para 270 mil toneladas em 2024, segundo a Associação Agropecuária de Angola (APPA).
David Vuiber, 38 anos e pai de sete filhos, precisou que, numa primeira fase, foram plantados 840 hectares, dos quais 60 de milho, com a previsão de colher 400 toneladas, 340 hectares de soja e cerca de 12 hectares de massango, um hectare de arroz e igual espaço para o feijão.
Os trabalhos tiveram início em Fevereiro do ano passado, num espaço cedido pelo Governo Provincial da Lunda-Norte, que escolheu o local para a cerimónia de abertura da Campanha Agrícola 2025.
A ocasião serviu para a governadora da província, Filomena Miza, experimentar os tractores usados para plantar os grãos e testemunhar como angolanos e expatriados estão empenhados em inverter a actual realidade da produção agrícola.
Investimento inicial
Benjamim Harder, porta-voz da “Aldeia Menonita”, disse que no início dos trabalhos usaram fundos próprios, estimados em mais de um milhão de dólares.
Volvido um ano, começaram a receber apoios do Grupo Carrinho, que se predispôs a comprar toda a produção numa primeira fase.
Segundo Benjamim Harder, a meta é contribuir para tornar Angola autosustentado e mais tarde pensar em exportar a produção.
Cada “Família Menonita” estacionada naquela localidade trouxe o seu dinheiro e equipamentos para viver esta aventura em Angola.
Abraão David, que deixou tudo no México para tentar a vida em Angola, disse que vive apenas com a esposa, que está a caminho dos 70 anos de idade.
Abraão David, tio de David Harder, afirmou que o grupo não está interessado em repatriar os fundos investidos aqui para o México, país de origem, pois, a partir do momento em que foram acolhidos, adoptaram Angola como sua pátria. (...)