• Fundo Activo de Capital de Risco Angolano financia mais de 30 projectos agrícolas


    O Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA) tem disponíveis 220 milhões de kwanzas à disposição dos produtores rurais do Bié, para serem empregues em 33 projectos no subsector de logística e transporte, armazenamento, conservação e processamento agroalimentar, no âmbito da estratégia para apoio real a pequenos e médios produtores na província.

    A acção desenvolvida pelo Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA) vai abranger 33 projectos que já foram aprovados pela instituição em prol de pequenos e médios produtores com investimentos estruturantes nos municípios do Andulo, Cuito, Camacupa e Chinguar.

    De acordo com o gestor do FACRA, José Paulo, numa primeira fase estão aprovados 14 projectos para o sector de logística e transporte, 13 para o de armazenamento e conservação e seis para o sector de processamento agroalimentar, com um financiamento de até 40 milhões de kwanzas cada.

    O gestor de projectos financiados pelo FACRA, José Paulo, fez esta revelação durante uma conferência com produtores locais, à margem da 5ª Edição da Feira da Batata e do Milho, que decorre até sábado na cidade do Cuito.

    Os dados avançados apontam ainda que a província do Bié remeteu mais de 50 processos de solicitações de crédito, dos quais 33 foram dados como aptos e cinco já receberam financiamentos do Fundo Activo de Capital de Risco de Angola.

    José Paulo solicitou, por outro lado, aos produtores da província, que viram os financiamentos inicialmente "negados”, a não desistirem, porque o FACRA está no mercado agrícola e produtivo para apoiar todos os "investidores que estão interessados em diversificar a economia”, cujo principal foco do Executivo é o "sector da Agricultura”.

    Sem avançar o valor global disponível para financiar os diversos projectos de estímulo à economia, José Paulo salientou que 55 por cento do capital detido pelo Fundo Activo de Capital de Risco de Angola está a ser canalizado para as unidades que trabalham no processamento agroalimentar, e o Bié, segundo ele, tem disponível um financiamento superior a 220 milhões de kwanzas.

    Adequação das sementes

    No encontro, que reuniu responsáveis do FACRA, FADA, directores dos Gabinetes Provinciais da Agricultura, do Gabinete Integrado Económico e o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Castro Camarada, os agricultores do Bié reclamaram da qualidade das sementes fornecidas pelo Executivo na Safra Agrícola 2023/2024.

    Os agricultores afirmaram que as sementes distribuídas não se adaptam às terras produtivas locais, tendo se perdido grande parte da safra inicialmente plantada no início da época agrícola passada.

    Pelo facto, os produtores Cidalino Ramos, Gil Chindai e Bernabé Epalanga sugeriram a criação de um banco de sementes na província.

    Os mesmos afirmaram que o banco de sementes serviria para realização de experiências iniciais, por parte dos agricultores, que haviam de auferir quais as que melhor se adaptariam aos solos locais.

    Outra preocupação manifestada pelos produtores, está relacionada com a falta, na província, de uma representação daquele Fundo de investimento que possa apoiar na recepção e autorização dos processos remetidos ao FACRA, no âmbito da solicitação de financiamento.