O ministro do Planeamento considerou, terça-feira, em Luanda, que as Parcerias Público-Privadas (PPP) podem desempenhar um papel fundamental para o desenvolvimento sustentável de Angola.
Victor Hugo Guilherme disse que as Parcerias Público-Privadas(PPP) proporcionam uma abordagem inovadora que contribui para o crescimento económico do país.
Victor Hugo Guilherme, que discursava na sessão de abertura da mesa-redonda sobre as Parcerias Público-Privadas, que decorreu no Museu da Moeda sob o lema "As Parcerias Público-Privadas no Caminho do Desenvolvimento Socio-económico Sustentável”, promovida pela International Finance Corporation (IFC), em parceria com o Ministério do Planeamento, apontou que com o objectivo de superar as limitações financeiras que o país atravessa, o Executivo está a trabalhar para que as Parcerias Público-Privadas possam representar uma solução viável para a concretização de vários projectos em curso no país.
O governante acrescentou que a participação das parcerias público-privadas permite ao sector privado contribuir com capital, experiência e eficiência operacional, enquanto o sector público garante que os interesses sociais e o desenvolvimento equitativo sejam priorizados em benefício do bem-estar social das populações.
"O nosso principal objectivo é, através de parcerias público-privadas, buscar soluções que garantam, por um lado, a racionalidade e sustentabilidade das finanças públicas e, por outro, a melhoria da qualidade das infra-estruturas, com impacto no transporte, no comércio, indústria e no emprego, bem como na melhoria da qualidade dos serviços públicos para as nossas populações”, referiu.
O ministro Victor Hugo Guilherme assegurou que as reformas económicas em curso no país visam reorganizar e fortalecer a economia, estabelecendo as bases para um tecido económico forte, diversificado e sustentável, de modo a criar as condições necessárias para um crescimento económico contínuo e sustentável.
Victor Hugo Guilherme afirmou que as estratégias das reformas económicas estão traçadas nos principais instrumentos de planeamento, como o de Longo Prazo Angola-2050 e o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023/2027, para a construção de uma economia menos dependente da intervenção do Estado e dominada pelo sector privado, com uma maior abertura ao investimento privado nacional e estrangeiro.
De acordo com o titular da pasta do Planeamento, o alcance dos objectivos que constam nos instrumentos de Planeamento de Longo Prazo e do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023/2027 depende, principalmente, do investimento em infra-estruturas, onde o Executivo tem estado a direccionar recursos financeiros, através do Programa de Investimentos Públicos (PIP), para a melhoria das estradas, aeroportos, caminhos de ferro e outros empreendimentos essenciais para o desenvolvimento da actividade económica em Angola e na região da SADC.
"A ideia é melhorar a eficiência na execução dos projectos, aumentar a transparência e confiança pública nos processos de parceria, que são elementos essenciais para o sucesso a longo prazo das Parcerias Público-Privadas. É com este propósito que contamos com a colaboração da IFC, que possui uma experiência elevada a nível internacional”, ressaltou.
"Vamos impulsionar os investimentos em Angola”
A International Finance Corporation (IFC) prevê, nos próximos anos, impulsionar os investimentos em Angola nos sectores da Energia, Transportes, Agronegócio, Turismo e Financeiro, com a forte participação do sector privado estrangeiro, disse, ontem, o vice-presidente Sérgio Pimenta.
Para o gestor, nos últimos anos, a IFC tem demonstrado o compromisso em trabalhar com os países africanos de língua oficial portuguesa para o desenvolvimento sustentável.
Em Angola, segundo Sérgio Pimenta, a IFC tem a oportunidade de apoiar os sectores da Saúde, Energia, Transportes e Comunicações, que são importantes para o crescimento económico sustentável, criação de emprego e aumento da produtividade.
Sublinhou que, após a recuperação económica em 2023, a economia angolana deverá continuar a crescer no próximo ano em cerca de 4,8 por cento, devido às reformas introduzidas pelo Governo em torno de uma taxa de câmbio mais sensível às condições do mercado.
Nestas condições, segundo Sérgio Pimenta, vai ser necessário criar mais emprego e melhorar as condições de transição para a neutralidade carbónica. Acrescentou que que no campo da diversificação económica existem excelentes perspectivas, onde o Executivo angolano está focado na Agricultura, Pescas, Indústria e Produção de Energias Renováveis em todo o país, bem como em serviços digitais, para construir uma economia mais forte e diversificada.
"Com esta aposta do Governo angolano, vai ser necessário trazer um investimento significativo por parte do sector privado, associado a um forte empenho político e ao apoio de parceiros nacionais de desenvolvimento. As parcerias público-privadas constituem uma das vias a seguir e que podem ajudar a enfrentar um dos principais desafios que impedem o desenvolvimento em África, sobretudo na falta de infra-estruturas adequadas e dos serviços de que elas dependem”, destacou.