• Governo reforça medidas para garantir qualidade da água e combater a cólera


    A directora nacional de Águas, Elsa Ramos, revelou, quarta-feira, em Luanda, que as autoridades intensificaram as medidas para garantir a qualidade da água consumida pela população, como parte das acções urgentes para conter o surto de cólera que afecta algumas regiões do país.

    A responsável, que falava à imprensa durante o Workshop Nacional de Água e Saneamento, sob o lema “Desafios e Soluções na Busca pela Eficiência dos Serviços de Água e Saneamento”, realçou que diversas acções estão em curso para minimizar o impacto da contaminação e assegurar o abastecimento adequado, especialmente nos bairros mais afectados.

    Elsa Ramos garantiu que a água tratada e distribuída pelas estações de tratamento cumpre os padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, disse que desafios persistem em áreas onde o abastecimento formal não chega.

    O foco, assegurou, está em áreas críticas, onde os habitantes ainda dependem de fontes informais de abastecimento, como tanques de venda particular, que muitas vezes não seguem os critérios adequados de higienização.

    “As nossas equipas estão a trabalhar no terreno para identificar pontos de distribuição que não oferecem condições adequadas, os tanques que não cumprem os requisitos de higiene e segurança estão a ser selados e recomendados para manutenção ou limpeza”, afirmou.

    Entre as medidas adoptadas, ressaltou que o Governo está a distribuir comprimidos de desinfecção da água, além de promover campanhas de sensibilização sobre boas práticas de saneamento.

    “A cólera não se transmite apenas pela água, mas, também. devido à falta de saneamento, por isso estamos a trabalhar com equipas multissectoriais, incluindo o Ministério da Saúde, o UNICEF e a OMS, para um combate mais eficaz à propagação da doença”, disse.

    Elsa Ramos defendeu que a implementação de um sistema georreferenciado, para monitorizar a distribuição da água, permitirá um controlo mais preciso dos tanques de abastecimento, o que ajudará a identificar aqueles que necessitam de intervenção urgente.

    Desafios

    Apesar dos esforços, a responsável reconheceu que ainda há desafios significativos, especialmente na cobertura total da população no que toca à distribuição.

    “Luanda continua a ter áreas onde o abastecimento formal não chega”, disse, acrescentando que “é precisamente nesses locais que concentramos a maior parte das acções”, frisou.

    “Não basta apenas garantir água segura. É preciso que as comunidades adoptem hábitos adequados de higiene e eliminação de resíduos, pois a transmissão da cólera ocorre principalmente devido à falta de condições sanitárias adequadas”, alertou.

    “A água segura é um direito de todos, mas também é uma responsabilidade colectiva garantir que ela permaneça assim. Se cada cidadão fizer a sua parte, conseguiremos minimizar os efeitos deste surto e prevenir futuras ocorrências”, ressaltou.

    Coordenação

    Elsa Ramos enfatizou que o combate à cólera tem sido tratado como uma questão de urgência nacional, que levou o Governo a reunir esforços entre diferentes sectores nacionais e organismos internacionais.

    “Temos equipas do Ministério da Saúde, do UNICEF e da OMS a trabalhar connosco, tanto no rastreamento das áreas mais afectadas quanto na implementação de medidas de resposta rápida”, destacou.

    A cooperação internacional, continuou, tem permitido um melhor acompanhamento da situação, além da disponibilização de recursos para fortalecer a capacidade de resposta.

    “Desde que o surto foi identificado, mobilizámos especialistas e técnicos para agir directamente nas zonas críticas e continuamos a mapear os focos de risco e a actuar preventivamente para evitar que a situação se agrave”, garantiu.