A mensagem passada pelo Presidente da República, João Lourenço, aos integrantes da missão angolana aos Jogos Olímpicos Paris’2024, na cerimónia de entrega da Bandeira Nacional e de despedida da delegação desportiva, foi interiorizada pelos atletas, segundo constatou a embaixadora de Angola em França, Guilhermina Prata.
Em entrevista ao Jornal de Angola, no final do encontro de hora e meia, mantido na segunda-feira, numa das amplas salas do refeitório da Vila Olímpica, a diplomata destacou a forma como os atletas angolanos têm sabido interagir com os colegas de outras delegações, dentro do espírito de paz que se quer reforçado no desporto mundial, para que se possa desencorajar a aposta em guerras.
"Acredito que efectivamente os atletas interiorizaram a mensagem transmitida por Sua Excelência o Senhor Presidente da República, de tal forma que estamos aqui, há algumas horas, e constatámos a interação entre os nossos atletas e os outros. É engraçado que falem ou não a nossa língua, todos eles gritam Angola, Angola! Verifiquei hoje, aqui, e também nos jogos que pude assistir. Há um grande carinho dos atletas de outras missões pelo nosso país. Pedem para tirar fotografias, para filmar. É essa componente que completa o espírito olímpico”, explicou.
Reforço dos treinadores
Ao olhar para o desempenho desportivo da delegação angolana, Guilhermina Prata lamentou o facto de as Pérolas de África terem deixado escapar o apuramento, frente ao Brasil, no torneio feminino de andebol, percalço que atribui, por suposição, a um certo bloqueio emocional, razão pela qual propõe o alargamento das equipas técnicas.
A embaixadora chamou a atenção, com certa tranquilidade, para os aspectos estruturais da organização desportiva, ao destacar a necessidade de se preparar melhor as missões, porque pelo que pôde observar, a Selecção Nacional de andebol poderia, por exemplo, ter passado no último jogo. No entanto, analisou, houve uma profunda alteração do contexto.
"Acho que houve ali uma fase em que as atletas ficaram muito nervosas, com um certo bloqueio emocional. Talvez seja altura de se repensar a composição das nossas equipas técnicas. Deve haver um técnico de uma outra especialidade, como o psicólogo. Aliás, fala-se muito agora na questão da saúde mental. Todos os dias há uma evolução do conhecimento científico”, contextualizou.
Encorajamento
Quanto à mensagem deixada aos atletas, no almoço, a embaixadora de Angola em França disse que foi de encorajamento, na certeza de que daqui a quatro anos estarão todos melhor preparados.
"Podemos ter surpresas de uma participação melhor conseguida, porque os Jogos Olímpicos são, efectivamente, para que cada modalidade possa apresentar o seu melhor”.
Guilhermina Prata reforçou o propósito da visita: "Deslocámo-nos aqui, à Vila Olímpica, para poder transmitir todo o nosso apoio ao Comité Olímpico Angolano, por um lado, e por outro, encorajar, não só as nossas Pérolas de África, do andebol, mas também as outras modalidades, a continuar e a não esmorecer. Poderíamos ter passado de fase no andebol, o que não foi possível. Mas não é por isso que vamos baixar os braços. Ainda são muito jovens. Portanto, terão mais missões e Jogos Olímpicos. Elas, pela faixa etária, poderão participar”.