A Comissão da União Africana (CUA) e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) instaram os líderes africanos a removerem as barreiras ainda existentes em relação à liberação de visto para a livre circulação pelo continente, no quadro da integração regional.
O apelo foi feito durante o diálogo estratégico de alto nível sobre a aceleração do Movimento Sem Visto para a Transformação de África, realizado, na última quarta-feira, na sede da União Africana (UA).
As autoridades da UA, os formuladores de políticas e líderes empresariais,presentes no evento, lamentaram o facto de haver contradição entre as metas de integração regional, assumidas pelo continente, e o facto de muitos africanos ainda precisarem de visto para circular pelo continente.
Sobre este particular, o comissário da União Africana para o Desenvolvimento Económico, Comércio, Turismo, Indústria e Minerais (uma espécie de ministro da organização continental), o zambiano Albert Mudenda Muchanga, disse ser difícil falar de uma África unida quando os próprios africanos estão impossibilitados de se mover, de forma livre, dentro do próprio continente.
“É hora de os nossos Governos avaliarem o que funcionou e o que não funcionou”, defendeu o embaixador zambiano ao serviço da União Africana, para quem as restrições de visto constituem uma das maiores barreiras ao comércio intra-africano.
Por seu lado, o vice-presidente de Desenvolvimento Regional, Integração e Entrega de Negócios do BAD, Nnenna Nwabufo, referiu que a visão de uma África integrada não acontecerá por acaso, sublinhando que a concretização deste desiderato dependerá, em certa medida, de uma liderança ousada e um comprometimento colectivo, para “desmantelar” o que chamou de “barreiras de visto”.
A União Africana adiantou que o “Africa Visa Openness Index”, uma iniciativa conjunta do Banco Africano de Desenvolvimento e da Comissão da União Africana, tem mostrado, de forma consistente, um progresso lento na flexibilização das restrições de viagem, apesar...