Um total de 8,3 triliões de dólares é quanto a União Africana necessita para a implementação da Agenda 2063 de Desenvolvimento do continente, revelou, quarta-feira, no Palácio Presidencial, em Luanda, a presidente da Comissão Executiva da Agência de Desenvolvimento da União Africana-Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (AUDA-NEPAD), Nardos Bekele-Thomas.
De acordo com a sul-africana, a estimativa da quantia necessária resultou de uma avaliação dos Planos Nacionais de Desenvolvimento dos 55 Estados-membros da União Africana, esclarecendo que estão já disponíveis cinco triliões de dólares, estando a organização a precisar de 3,3 triliões para alcançar o montante final necessário.
“O objectivo é realizar a implementação da Agenda 2063, isto é, garantir que tenhamos os fundos e recursos importantes para a implementação do segundo plano decenal da Agenda 2063. E, para a implementação deste plano, precisamos de 8,3 triliões de dólares”, precisou.
Nardos Bekele-Thomas referiu, também, que a organização continental entende que precisaria de 300 biliões de dólares anuais, durante os próximos 10 anos, para alcançar os objectivos.
“Este plano decenal é bastante audaz, ambicioso, mas deve ser implementado. Portanto, o objectivo principal é fazer com que cada país africano consiga alcançar o estatuto de país de rendimento médio, dentro dos próximos anos. Por isso, dissemos que precisávamos que este plano fosse ambicioso”, reforçou a presidente da AUDA-NEPAD.
A responsável garantiu, a propósito, que a União Africana vai trabalhar com os vários parceiros, entre os quais a Associação Africana das Instituições Financeiras Multilaterais, no sentido de encontrar as melhores vias de acesso aos recursos para implementar o referido plano.
A liderança política, os programas de desenvolvimento, estratégias e as instituições financeiras, acrescentou Nardos Bekele-Thomas, são importantes, enfatizando o facto histórico que representou o encontro orientado pelo líder da União Africana.
“Agradecemos ao Presidente João Lourenço pela reunião, porque é uma oportunidade única para a transformação africana, e esta é, apenas, a primeira vez que temos estes três ingredientes de transformação socioeconómica trabalhando juntos”, sublinhou.